sábado, 21 de maio de 2011

Com a maré

Me sinto boiando. A correnteza é minha dona e me traz paz.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Pensamentos frouxos sobre arte, vida e desassossego.


Hoje é meu aniversário e meu deu vontade de postar um texto que fiz há mais de 1 ano para uma aula de Sermonário Barroco Português, com o professor Marcus Motta. Tive vontade de postar porque qualquer coisa que produzi inspirada por Marcus é um pedaço de mim que não quero esquecer. Um pedaço de mim que nasceu com a descoberta de Fernando Pessoa e seus heterônimos. Então, lá vai:

Parece realmente desumano quando a vida nos toca. O problema é que, na verdade, é tão humano que nos faz sofrer. Sendo assim, é mais fácil superar - ou fazer o que chamamos de “superar” - para conseguirmos viver. A gente esquece fácil, não é mesmo?

Igualmente desumana parece a arte, pois nos toca com sua vida. Acredito que a maioria de nós não se permite à articidade por não conseguir lidar com a vida. Não cultivamos os momentos de produção sensível, solitários, imersos em nós mesmos, porque não sabemos o que fazer com isso. Com “isso” me refiro aos mais sublimes sentimentos, sentidos à flor da pele, exalados pelos nossos poros e contidos em nossas almas. Em todas as almas. Acredito que todos temos esse lado sensível, mas poucos buscamos ocasiões para fazê-los notáveis.

O momento de produção de arte ou contemplação das coisas à nossa volta nos mostra um lado nosso que parece não ter lugar para existir. Esse é o desassossego de Bernardo Soares. A coexistência de dois mundos paralelos, que nunca se cruzam. Em um, faz-se dia e Soares é um mero funcionário. Em outro, na infinitude das noites, ele alucina, sonha, faz literatura, vê o mundo com os olhos de todos, que lhe são dados pelo anoitecer. Nesse momento, ocorre o encontro dele com ele mesmo. E com todo mundo, pois ele é todo mundo. Não é diferente para ninguém que produz arte. Este é um ato de coragem, cuja retribuição é ser quem quiser e sentir todos e tudo. Mas quem está preparado para isso? Para a vida, eu diria?

Ler o Livro do Desassossego é como se nos dessem uma chave para o paraíso, mas não soubéssemos onde ele fica. É o desvelar de infinitas possibilidades de vida, que só a arte pode nos mostrar, mas que exigem de nós o encontro que muitos evitamos. Esse encontro com a sutileza das coisas muitas vezes dói. Dói de tão belo, de tão triste, de tão humano, de tão horrível – dói porque sentimos demais. Mas é uma dor que eleva. Contraditório mesmo. Ser humano é assim. Ser desassossegado. E não tem volta.

terça-feira, 24 de março de 2009

Sentir não sentindo

Ela se sentia triste feliz
Feliz chorando
Chorando sorrindo
Sorrindo gritando
Gritando muda
Muda conversando
Conversando sozinha
Sozinha acompanhada
Acompanhada dormindo
Dormindo acordada.

Importa que se sentia
e .
------------------------------------------
Será que alguém entendeu?

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

O ano continua indo muito bem, obrigada!

Pois é... Final de semana e feriado com pessoas que amo muito e filmes muito bons:
Michel Gondry - Be Kind Rewind (nem preciso falar...)
Godard - Le Petit Soldat (Anna Karina se supera... Personagens muito interessantes)
Fellini - La Dolce Vita (cláááááássico!)
Kim-Ki-Duk - Time (esse é bom demais!)

E hoje começo a Oficina de Roteiro! Será que vou acabar me infiltrando em mais um mercado? Seria legal: formada em Letras, faz freelas para produção editorial, trabalha com publicidade e de vez em quando escreve uns roteiros... Seria muito bom assim já. E pode ser melhor ainda!
Ânimo total!
Tenho coisas pra escrever, mas agora bateu preguiça... Fotos pra colocar também, maaaaaas...
Bjs e inté!

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Eu por mim mesma

Sou canceriana e, mesmo não acreditando totalmente em signos, acho que faz sentido.

Não tenho religião mas acredito em muitas coisas. Muito.

Invento maneiras de prever os instantes e levo isso a sério. Rio sozinha. Tenho superstições que criei desde pequena e não abandono. Nunca contei isso pra ninguém, acho.

Considero uma boa parte de mim infantil e gosto de conservá-la.

Me acho estranha, mas engraçada. Tenho vontade de rir da minha imagem no espelho.

Sou insegura. Penso demais e gero verdadeiros debates internos. Rio deles e, quando me perguntam do que rio, raramente explico.

Não sei o que quero, mas sei o que não quero. Não quero aceitar, não quero limite, não quero trabalho em 1º lugar, não quero superfície, não quero medir meus passos nem pensar no futuro, não quero precisar ser outra, não quero, não quero, não quero. Gosto de mim assim, mas sei que preciso de ajustes e corro sempre atrás deles.

Sei o que sou. Sou nostálgica, sensível demais, sonhadora e às vezes até utópica, amiga mas preguiçosa, presente e ausente, vivo no meu mundinho e gosto disso (não sou metida!). Sou espontânea, às vezes falo demais e cometo alguns deslizes.

Valorizo pequenas coisas, beeeeem pequenas, mas que carregam a essência de tudo. Sinto demais. Por isso choro muito. De alegria, contemplação, tristeza, raiva... tudo!

Sou professora, revisora, planejadora, escritora, poeta, fotógrafa, dançarina: frustrada. Amo música mas ela não gosta de mim. Ainda não desisti desse aspecto.

Valorizo demais os poucos amigos que tenho e agradeço muito por tê-los. Mesmo que alguns sejam mais distantes. Me sinto extremamente grata por morar onde moro, com quem moro, por pertencer à minha família.

Busco crescer sempre e só me sinto feliz enquanto estiver aprendendo. Gosto de aprender com comportamentos, principalmente de estranhos. Sou observadora. Devia escrever mais sobre o que observo.

Manipulo as pessoas com o que observo delas, mesmo que de forma meiga e assumida. =)

Bom, acho que é isso. Se eu me descobrir mais ao longo do tempo, adiciono aqui.

Nice to meet me.

Bj!

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Ano Novo, vida nova! Definitivamente!



Algumas promessas pra mim mesma (não necessariamente em ordem de prioridade):
  1. Viver mais (Vocês sabem o que isso significa, né?);
  2. Escrever mais (Paulinho, me salva!);
  3. Ler mais;
  4. Viajar mais (essa eu já comecei!);
  5. Encontrar mais os amigos (em andamento);
  6. Me amar mais;
  7. Reclamar menos;
  8. Me expor menos;
  9. Continuar lutando pra não entrar na roda (essa é pro Lan);
  10. Destrancar a faculdade (essa tá difícil).
Bom, agora que vocês, meus leitores amigos, testemunharam meu comprometimento, podem me cobrar até começar 2010. Porque aí avalio quais promessas saem e quais ficam. =)
Por enquanto, essas são suficientes pra me levarem exatamente aonde quero estar.

Trilha para o começo de ano, que até agora vai muito bem, obrigada: Sigur Rós - Gobbledigook.

Bjs e Feliz Ano Novo (nunca é tarde...)!

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Ultrapassando barreiras.

É isso que estou fazendo ao criar este blog. Ultrapassando a barreira da timidez, da insegurança, da intimidade... Mas pode ser que valha a pena.
Sintam-se livres pra julgar, aqui vocês podem ter certeza que vão descobrir uma Nanda totalmente diferente! Já me acostumei com o estranhamento em relação à Nanda-escritora (se é que posso me dar ao luxo de apelidar uma parte de mim dessa forma).
De qualquer forma, estranhamento é arte, não é verdade? =)
Pra firmar a decisão pelo desprendimento, vou publicar uma coisinha que escrevi no final de 2006 (agora que já é 2008 parece muito tempo, mas não me sinto tão distanciada assim) e que, graças a um amigo meu, sobreviveu ao roubo do meu caderninho de notas (grrrrr):


A alma chora e ora
O corpo cisma em cantar
O coração quer sua hora
A mente insiste em se alienar

Na face, a paz
No seio, o frêmito

Dialética do sentir
A síntese: ser
humano.